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As 7 estratégias essenciais para melhorar a comunicação e os relacionamentos

As 7 estratégias essenciais para melhorar a comunicação e os relacionamentos

“Infelizmente, a maioria não foi ensinada a pensar partindo das necessidades. Fomos habituados a pensar no que está mal nos outros sempre que as nossas necessidades não são satisfeitas.” 

Marshall B. Rosenberg, Comunicação Não-Violenta 

Comunicar é um verbo com origem no latim “comunicare e significa pôr em comum, entrar em relação com.  Pela definição percebemos que comunicar é um processo recíproco, dinâmico, complexo, contínuo e permanente. Verificamos, que se desenvolve nas interações que estabelecemos ao longo das nossas vidas e, simultaneamente, nos vários contextos em que nos inserimos. 

Hoje, já é do conhecimento geral que o processo de comunicação se estabelece de duas formas: através da comunicação verbal e da não verbalsendo que a comunicação verbal é a que falamos e/ou escrevemos e a não verbal toda a outra que estabelecemos.  

A literatura diz-nos que a comunicação não verbal, para além de complementar a verbal, é a mais utilizada, e tal não é de estranhar pois todos os nossos gestos, a forma como mexemos o nosso corpo, as nossas expressões faciais (linguagem corporal), o tom de voz, a distância ou aproximação que estabelecemos com os outros transmitem são, só por si, uma mensagem reveladora das nossas emoções e sentimentos.  

Pessoalmente, eu gosto de olhar para este processo de comunicação tendo em conta toda a sua complexidade. Identificar os contextos subjacentes, as culturas, as experiências e os valores pessoais de cada um dos participantes nesta interação comunicativa. Porquê? Porque quando olho para a forma como comunicamos lembro-me de dois dos princípios da programação neurolinguística (PNL): 

  • o significado da comunicação é o resultado que obtemos dela;
  • o mapa não é o território.

De forma muito breve, estes princípios podem ser explicados da seguinte forma: não basta alguém “transmitir” uma informação para se estar em processo de comunicação; a forma como o outro vai responder também é importante – por exemplo, se eu digo “está frio” e pessoa que está comigo não tem qualquer reação, muito provavelmente vou ter que colocar um verbo de ação na minha mensagem, dependendo daquela que é a minha intenção- “está frio. podes dar-me aquele casaco, se faz favor?”; no segundo princípio, e tendo em conta o mesmo exemplo, está subjacente a minha sensação de “frio”, que não é necessariamente igual à da outra pessoa, para mim pode significar a necessidade de ter mais roupa para me agasalhar, para o outro pode significar ir para um local mais resguardado 

Estes dois pressupostos trazem-nos novas perspetivas, maior clareza relativamente à maneira a como nos comunicamos com os outros. Em primeiro lugar, deixa bem claro que a forma como o outro responde ao que nós transmitimos mostra-nos se a mensagem foi recebida de acordo com a nossa intenção ou necessidade. Em segundo lugar reflete a forma como as nossas representações internas da mesma realidade são diferentes de pessoa para pessoa.  

Quando estes dois princípios são integrados pela nossa mente, tornam-se excelentes veículos de expansão do nosso autoconhecimento, bem como de aceitação daqueles com quem nos relacionamos, seja num relacionamento familiar, parental, profissional ou social.  

Eu demorei cerca de 20 anos a ter plena consciência da pessoa que sou na minha comunicação. Acredito que muitos de nós só numa fase mais tardia das nossas vidas, tivemos a oportunidade de nos analisarmos enquanto comunicadores, o que poderá justificar o grau de insatisfação que vou assistindo quando o tema é o da comunicação nos relacionamentos. Tendemos a colecionar uma série de resultados que estão em total desacordo com aquilo que procuramos, com aquelas que são as nossas reais necessidades enquanto seres individuais e únicos. Umas vezes ficamos à espera que os outros “adivinhem” o que precisamos, em vez de expressarmos o que queremos de facto, outras vezes sentimos que os outros não nos compreendem. Na verdade, não nos certificarmos que aqueles que estão ao nosso lado receberam a nossa mensagem de forma clara e acabamos por ir insistindo repetidamente na passagem da mesma mensagem, sob a mesma forma e continuando a receber a mesma resposta e resultados.  

Parece-me mesmo importante relembrar que a comunicação é um processo inerente ao ser humano, que é permanente, inevitável e universal e que é um dos fatores mais importantes para a manutenção de relações saudáveis e harmoniosas.  

A capacidade de expressarmos as nossas necessidades de uma forma assertiva e não violenta irá permitir-nos, não só esclarecer situações desconfortáveis que estejam a acontecer, como também perceber o ponto de vista do outro. 

Daqui surge um outro aspeto fundamental da comunicação: saber que estilo de comunicação utilizamos com maior frequência e perceber qual o estilo do outro que está ao nosso lado. Isto irá ajudar-nos a olhar para nós próprios e para quem está connosco, ao mesmo tempo que percebermos os resultados que surgem desta dinâmica de relacionamento comunicacional. 

Estão identificados quatro os estilos de comunicação na interação humana: o agressivo, o passivo, o manipulador e o assertivo. Cada um de nós tem o seu próprio estilo, estilo esse que é influenciado pelo nosso temperamento, pela educação que recebemos, pelo contexto sociocultural em que estamos inseridos..  

Vejamos: 

Existe o estilo passivoassociado àquelas pessoas que apresentam maior dificuldade em expressar ideias ou necessidades e que, ao mesmo tempo, têm tendência a responsabilizar os outros pelos seus próprios atos. Transmitem mensagens neutras para evitarem tomar posição em situações de maior conflito, sendo capazes de restringir ou negar os seus direitos e até manifestar desacordo. Costumam manifestar ansiedade no discurso e falar num tom de voz mais baixo.  

Por seu lado, as pessoas com um estilo de comunicação mais agressivo tendem a expressar sentimentos e ideias de forma muito direta e procuram exercer o domínio nas relações; autovalorizam-se através da indiferença que demonstram em relação aos sentimentos e direitos dos outros. Frequentemente falam alto e fazem várias interrupções recorrendo à ironia e ao sarcasmo. Quem utiliza este estilo não sente, regra geral, necessidade de explicar, negociar ou escutar a outra parte. 

Já as pessoas com um estilo manipulador são comumente caracterizadas como mais teatrais, considerando-se hábeis nas relações pessoais e sociais. Conhecidas por saber tirar partido das situações, adaptando-as aos seus interesses. Por norma, propiciam mais conflitos do que alívio de tensões através do recurso às chamadas “meias palavras”, à subjetividade, à simulação e à desvalorização dos outros através de frases engraçadas que denotam inteligência e cultura. 

Por último, o estilo assertivo, no qual as pessoas exprimem de forma clara e firme os seus sentimentos, ideias e necessidades sem ferir os outros. São pessoas que usam a sua linguagem verbal em sintonia com a não verbal. São pessoas que se responsabilizam pelo seu próprio comportamento e que têm forte capacidade de negociação a partir de objetivos e interesses mútuos. Os assertivos, por norma, possuem um autoconhecimento muito elevado e estão cientes tanto dos seus pontos fortes como dos seus pontos fracos, para além de reconhecerem a suas emoções de formas a geri-las e a poderem lidar com as adversidades sem atribuírem responsabilidades aos outros. Para além disso, permitem o espaço para poderem escutar o outro. 

Quase todos nós gostaríamos de nos rever no estilo assertivo, mas se tal não for o caso partilho contigo boas notícias: o estilo de comunicação assertiva é uma ferramenta que pode ser trabalhada para melhorarmos a nossa relação com os outros, com aqueles que nos rodeiam e também connosco. A assertividade assenta em factos e não em opiniões, o que nos coloca mais seguros quando se trata de fazermos julgamentos ou sermos julgados.  

 Seja qual for o relacionamento em que estás a pensar neste momento, e que sintas que precisas melhorar, seja com o teu parceiro ou parceira, pais, filhos, irmãos, amigos, um dos aspetos a considerar com mais atenção é a comunicação que estabeleces com essas pessoas. 

Muitas vezes preferimos ficar calados em vez de nos expressarmos de forma clara e objetiva com os outros. Adotamos uma postura mais passiva na comunicação e não abordamos determinados assuntos com receio de magoar aqueles que são importantes para nós. Outras vezes, agarramo-nos  fortemente às nossas crenças e opiniões e não damos espaço para a entrada de novas perspetivas. 

Acontece que parece ficarmos envoltos numa espécie de neblina. Uma neblina que nos quer proteger de sermos vistos e de vermos os outros, como se exprimir aquilo que é importante para nós fosse um ato de guerrilha, uma ofensa contra o outro ou então uma ofensa contra a nossa pessoa. 

Mas afinal, porque é que agimos assim? Porque é que nos custa tanto falar de determinados assuntos? O que nos leva a preferir ficar calados ao invés de dizermos aquilo que é importante para nós? 

Posso dizer que a maioria das vezes é para evitarmos o conflito e evitarmos perdas que daí possam surgir. Temos medo de, ao fazê-lo, colocarmos a nossa relação em risco e acabamos por acumular uma série emoções, sentimentos e pensamentos que se tornam intensos e que nos transformam em verdadeiras panelas de pressão, prontas a explodir; saímos do registo passivo para o agressivo, e tornamo-nos pouco flexíveis, maus ouvintes e bons a apontar o dedo ao outro. 

A comunicação é por si uma competência humana básica, no entanto podemos e devemos trabalhá-la para dela tirarmos o melhor partido e ir tornando mais fácil a sua utilização, sobretudo para a resolução de conflitos, aceitando que estes são parte integrante dos relacionamentos, são normais e podem tornar-se um fator de crescimento das relações. 

Nos contextos conjugais, parentais, profissionais e noutros, estes conflitos estão presentes; a forma como gerimos a nossa comunicação, a forma como fazemos os nossos pedidos, como identificamos o que estamos a sentir, como comunicamos as nossas necessidades, o espaço que damos ao outro para expressar as suas necessidades, a forma como apontamos caminhos para soluções criativas, ajuda-nos a alcançar maior conexão e compreensão, tomando decisões mais objetivas e baseadas em informações específicas, claras e concretas. 

Por isto, é fundamental reaprender a comunicar sem medos, tendo em conta quem somos, quem são os outros e para onde queremos levar a nossa relação. 

Na verdade, muitos de nós cresceu a acreditar naquilo que hoje se sabe serem mitos quando falamos em comunicação. Se estivermos atentos a eles, iremos sem dúvida nenhuma transformar a nossa forma de comunicar e, como consequência, os nossos relacionamentos. Esses mitos são: 

  •  Comunicamos apenas consciente e deliberadamente – nós comunicamos, muitas vezes, sem estarmos conscientes ou sem querermos. Tudo em nós é comunicação;
  • As palavras têm o mesmo significado para todos nós – o significado das palavras depende das experiências e perceções pessoais de cada um;
  • Comunicamos principalmente através de palavras – na verdade comunicamos maioritariamente através de símbolos não verbais (corpo, linguagem gestual);
  •  A mensagem enviada é igual à mensagem recebida- a mensagem recebida nunca é totalmente igual à enviada, até porque a comunicação tem dois sentidos;
  • A informação que transmitimos/recebemos dos outros nunca é excessiva – por vezes fornecemos/recebemos demasiada informação, o que lhe pode causar dificuldade de compreensão;
  • A comunicação só se faz num sentido – a comunicação é bidirecional.

Como vimos, a forma como assumimos a nossa comunicação, o estilo que adotamos e nos carateriza vai ter impacto nas respostas que recebemos, nas relações que construímos. Mas sendo a comunicação um processo dinâmico que podemos influenciar, podemos treinar um estilo mais assertivo com o objetivo de potenciar o respeito, a confiança e o entendimento mútuo. Lembremo-nos que o estilo assertivo respeita os nossos sentimentos e o dos outros, responsabiliza-nos pelos nossos próprios comportamentos e aumenta a nossa capacidade de negociação a partir de objetivos precisos e com base no compromisso. 

Assim, se queres de alguma forma melhorar os teus relacionamentos, deixo-te sete estratégias para que a tua comunicação acompanhe a tua intenção e o teu propósito.  

  1º-Ataca o problema que tens para resolver, não as pessoas envolvidas. 
  2º -Sê empático, coloca-te no lugar do outro tentando compreender o seu ponto de vista.
  3º- Reconhece as emoções que o outro está a sentir e confirma com o ele se é mesmo isso, pedindo-lhe feedback. 
  4º- Utiliza o modelo de negociação interpessoal através da criação e implementação de estratégias para resolver o problema, sempre em acordo com o envolvido, avaliando mais tarde os resultados, podendo reformular todo o modelo e escolher novas estratégias.  
  5º- Usa e abusa da escuta ativa. Ouvir, ouvir, ouvir não para concordar, mas para compreender e para procurar uma solução consensual. 
  6º- Experimenta a técnica sanduíche no feedback que dás. Esta técnica consiste em identificar os pontos positivos (elogiar), os pontos a melhorar (sugerir) e no reforço positivo com foco no futuro. 
  7º- Utiliza uma linguagem e pensamentos mais positivos no momento presente e para o futuro. 

Espero que este artigo tenha trazido bons insights. Podes a partir deste momento começar a analisar quem és no teu estilo comunicacional e o que podes melhorar para conseguir mais e melhores resultados na nos teus relacionamentos. 

Se sentires que é um processo difícil para fazer por tua conta, procurar ajuda; só estás a demonstrar compromisso com a tua vontade de transformação. 

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Artigo redigido por Joana Sárrea